DF terá representante única no Mundial de Ironman do Havaí

Depois de três tentativas frustradas, Gleise Botelho consegue uma vaga para o Mundial de Ironman do Havaí. Ela será a única representante do Distrito Federal na disputa, que reunirá 1.800 competidores, em outubro

No fim do mês passado, Gleise Botelho participou pela quarta vez do Ironman Brasil, em Florianópolis. Mãe de Iane, 7 anos, e Mateus, 2, a triatleta embarcou para a capital de Santa Catarina sem muitas expectativas para a prova, já que estava enfrentando dificuldades de conciliar a tripla jornada de mãe, atleta e policial civil. Mas, para surpresa da triatleta candanga, ela foi a mais bem colocada na categoria de 35 a 39 anos e faturou uma das 50 vagas ao Mundial do Havaí.

Das outras vezes em que participou da competição, Gleise bateu na trave com dois segundos e um terceiro lugares. “Eu não achava que ia conseguir me classificar. Para ter uma ideia, eu nem ia participar do Ironman Brasil este ano”, conta. “A rotina de cerca de quatro horas diárias de treino durante a semana e seis horas nos fins de semana é muito pesada para quem tem que trabalhar e cuidar dos filhos. Eu já estava cansada. Mas decidi ir para fazer meu último Ironman.”
Gleise será a única representante de Brasília no Havaí. Depois de ver seu marido e treinador, João Carlos Almeida, vencer a prova na sua faixa etária, em 2008, e conseguir a vaga para o Havaí pela quarta vez, ela chorou. Mas a triatleta diz que 2011 é o ano dela. “Este é realmente o ano das mulheres. Agora, quem vai me acompanhar da plateia é ele (João Carlos)”, brinca. “Que motivação é melhor do que estar entre as melhores do mundo? Agora vou treinar muito pra chegar ao Havaí e fazer uma boa prova”, acrescenta a gaúcha radicada em Brasília.
 
Disputa acirrada

A vitória de Gleise foi apertada. A brasiliense cruzou a linha de chegada 32 segundos à frente da segunda colocada, a argentina Florencia Giusti, que completou a prova em 10h37min54. “Não me preocupei com a minha colocação, não sabia como as minhas adversárias estavam. Tinha resolvido curtir. Via a minha filha me acompanhando e acenava. Estava supertranquila”, ressalta. “Faltando uns 200m para o fim da prova, vi que tinha uma mulher na minha frente, mas nem sabia de qual categoria ela era. Resolvi acelerar e consegui passar na frente dela.”
Quando concluiu a prova, Gleise estava convicta de que não tinha vencido. Por isso, nem conferiu a sua classificação. “O ano em que eu estava melhor foi 2007 e não consegui ser a primeira. Não queria saber como eu tinha ido dessa vez. Não estava nem aí, porque não queria mais ficar chorando” , desabafa. Depois que descansou e esperava numa fila para pegar uma camiseta, Gleise resolveu conferir como havia se saído. Para seu desespero, e alegria, viu seu nome no topo da lista de sua categoria. “Fiquei que nem louca quando vi meu nome. Fiz o melhor tempo de todos os anos”, vibra.
Para confirmar a sua participação no Havaí, Gleise precisava pagar o valor da inscrição na hora. E justo este ano, ela não tinha o dinheiro. “Antes, sempre levava os dólares comigo e depois era aquela frustração. Desta vez, não achei mesmo que venceria, então nem levei”, explica. Para sua sorte, o colega da equipe Zeromeiaum Denis Martins tinha os US$ 650 e os emprestou a ela. “Quando o resultado é inesperado, fica mais gostoso. Fui com o objetivo de me divertir e acabei levando a melhor.”

Fonte: Correio Braziliense